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A alergia por ser uma enfermidade que se manifesta clinicamente de iúnmeras formas mutias vezes é confundida com outras enfermidades, o que faz com que se crie mitos. Abaixo segue alguns destes mitos.

- O termo alergia não deve ser usado para rotular toda e qualquer manifestação clínica diferente.

Entende-se como alergia a um conjunto de sintomas que se repete quando ocorre nova exposição ao mesmo agente que a causou (alergeno).

- Não generalize o termo alergia diagnosticando erroneamente outras doenças como alérgicas. É preciso que haja comprovação do diagnóstico.

Cabe ao médico o diagnóstico correto

- As doenças alérgicas não são contagiosas. Na maioria dos casos ocorre uma predisposição hereditária chamada de atopia, que determina doenças alérgicas em vários membros de uma mesma família, pelo contato diminuto com pequenas quantidades de alergenos por via respiratória (alergias mediadas por IgEs ou histamínicas). Por outro lado, indivíduos sem tendência hereditária podem também vir a desenvolver alergias pelo contato com grandes quantidades de alergenos por via digestiva (alergias mediadas por IgGs ou por Imunocomplexos).

- Não acredite que as doenças alérgicas sejam de fundo nervoso, principalmente a asma ou bronquite (bronchial asthma dos americanos e ingleses ou bronchite asmatique dos franceses). A emotividade alterada é conseqüência e não a causa da asma brônquica ou bronquite asmática (sinônimos).

Os fatores emocionais atuam desencadeando ou agravando as crises.

- Não deixe de tratar uma criança alérgica na esperança de que melhore com o tempo, idade ou crescimento, pois esta atitude poderá acarretar prejuízos físicos enormes, muitas vezes irreversíveis, assim como, de ordem psicológica imediatos ou futuros.

- Não ameace seu filho, com a finalidade disciplinar de levá-lo ao médico ou dar-lhe injeções. É necessário que ele se convença desde cedo, que o médico é seu amigo e que as injeções ou outros procedimentos prescritos, embora desagradáveis, são benéficos à sua saúde.

- Não estabeleça comparações entre a saúde de seu filho e a de outros irmãos ou amiguinhos, pois isso poderá inferiorizá-lo com graves conseqüências futuras.

- Não procure seu médico apenas durante as crises. As alergias devem continuar a serem tratadas mesmo depois que o paciente esteja "aparentemente bem".

- Não ache que uma criança que está sempre com coriza, espirros e tosse sem febre e com ótimo estado geral seja uma criança que está "sempre resfriada", provavelmente trata-se de uma rinite alérgica que deve ser devidamente tratada.

CONTROLE DE AMBIENTE

- Não acredite que "golpes de ar", "sereno" e " janela aberta" dão alergia ou pneumonia, pelo contrário quanto mais arejada a casa melhor.

- Não agasalhe o alérgico em demasia. Os alérgicos devem ficar o mais a vontade possível, principalmente durante as crises. Agasalhos em excesso não evitam resfriados ou crises. Agasalhe-se de acordo com a temperatura. Não sinta frio ou calor.

- Não pense que os irritantes respiratórios não sejam capazes de determinar, desencadear ou manter as crises alérgicas se utilizados dentro de casa, em diminutas quantidades ou mesmo na ausência dos pacientes. Os irritantes respiratórios são substâncias químicas em geral de odor forte ou ativo, basicamente utilizados em limpeza, higiene e conservação domiciliar - (desinfetantes, inseticidas, tintas, vernizes, etc.).

- Não supervalorize a poluição atmosférica (externa), pois a poluição interna (dentro de casa) é muito pior devido ao cigarro, e aos chamados irritantes respiratórios utilizados para limpeza, higiene e conservação.

- Não durma ou permita que seu filho o faça em colchões e travesseiros não forrados de material impermeável.

- Não existe lã anti-alérgica. Todos os tipos de lã, seja na forma de roupas ou cobertores, são prejudiciais ao paciente alérgico, não devendo serem usados.

- Não há aparelhos que por si só acabem com ácaros em casa. A limpeza constante associada ao arejamento do ambiente e forração dos colchões, travesseiros e estofados com tecido impermeável é única forma eficaz de diminuir a quantidade de ácaros e fungos em casa.

MEDICAMENTOS

- Não tenha medo de usar as chamadas bombinhas. Quando usadas corretamente e indicadas pelo médico são de total segurança. O uso abusivo, como o de qualquer outro tipo de remédio, é perigoso.

- Não tenha medo de usar cortisona. Ela é empregada há cerca de 40 anos, com amplo sucesso nas alergias, inclusive na asma ou bronquite. É indicação absoluta nas crises fortes e nos casos de alergias por irritantes.

- Não usar cortisona por conta própria, use-a só por ordem médica

- Não utilize dose maior ou menor de broncodilatador, ou de qualquer outro remédio, do que a prescrita pelo médico na intenção de obter um melhor efeito.

- Não interrompa a medicação prescrita devido a resfriados, febre ou reação local. Em caso de dúvida contate seu médico.

- Não ache que as vacinas não são importantes no tratamento das alergias respiratórias e dermatológicas. São utilizadas no intuito de reduzir a sensibilidade alérgica, entretanto, o tratamento é demorado e varia de indivíduo para indivíduo, dependendo da reposta do sistema imunológico de cada um.

- Não pense que apenas o tratamento imunoterápico irá levar o paciente à cura. O tratamento da alergia deverá incluir um sério controle de ambiente e também e se necessário fisioterapia respiratória.

CONTROLE ALIMENTAR

- Não acredite muito em alergia alimentar, na maioria das vezes se trata de intolerância alimentar. Ela existe mas não é muito freqüente (98% é inalatória e apenas 2% alimentar).

- Não retire, por conta própria, da dieta normal, alimentos necessários ou que dão prazer à criança. É triste ver crianças privadas de sorvetes ou chocolates só porque os responsáveis julgam que o chocolate produz alergia, o que geralmente não é verdade. Só faça dieta se o médico aconselhar.

TRATAMENTO

- Não repita uma receita antiga só porque deu certo anteriormente.

- Não acredite em milagres, alergia tem tratamento com a abordagem adequada. Existem manifestações alérgicas que levam mais tempo para ceder, mas todas tem tratamento.

- Não assuma atitudes negativas. A atitude deve ser de calma, segurança e reflexão, por parte dos familiares, quanto ao tratamento proposto. Esta é a melhor saída para os conflitos psicológicos negativos do paciente alérgico.

- Não interrompa o tratamento prescrito pelo fato de não ter mais sintomas. A alta deve ser dada a critério médico e não por decisão do paciente ou de seus responsáveis.

- Não acredite que as vacinas não funcionam. Elas são importantes no tratamento das alergias respiratórias (pulmões, nariz, ouvidos, faringe, laringe, traquéia, olhos) e dermatológicas (pele). São utilizadas no intuito de reduzir a sensibilidade alérgica; entretanto o tratamento é demorado e varia de indivíduo para indivíduo dependendo da resposta do sistema imunológico de cada um.

- Não acredite que banho frio cura alergia, muito pelo contrário, ele pode ser responsável pelo desencadeamento e manutenção das crises. Só tome banho morno, evite o choque térmico.

- Não impeça o asmático de fazer exercícios; entretanto, mesmo a natação e outros tipos de exercício ritmados, quando acompanhados de deformidades torácicas, problemas de coluna ou de alterações da mecânica ou dinâmica respiratórias, devem ser contra-indicados. Portanto, a indicação terapêutica rotineira de esportes nem sempre é a mais sábia, havendo necessidade de uma avaliação médica e fisioterápica.

- Não pense que só a prática da natação levará o indivíduo asmático à cura. A natação quando bem indicada, é um poderoso auxiliar do tratamento. Ela não deve ser realizada no tempo frio e se o paciente tiver deformidades torácicas.


Não pergunte ao seu vizinho, pergunte ao seu médico.

texto revisado em 01/04/2013